A mineração, marcada pela extração de ouro e diamantes nas regiões de Goiás, Mato Grosso e, principalmente, em Minas Gerais, atingiu o apogeu entre os anos de 1750 e 1770, século XVIII, justamente no período em que a Inglaterra se
industrializava e se consolidava como uma potência, exercendo uma forte influência econômica sobre Portugal.
Economia, Sociedade e Cultura
O ciclo do ouro e do diamante foi responsável por profundas mudanças na vida colonial. Em cem anos a população cresceu de 300 mil para, aproximadamente, 3 milhões de pessoas, incluindo aí, um deslocamento de 800 mil portugueses para o Brasil. Paralelamente foi intensificado o comércio interno de escravos - cerca de 600 mil negros vindos do nordeste - . Tais deslocamentos do eixo sócioeconômico do litoral para o interior da colônia, acarretou a mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade de mais fácil acesso à região mineradora.
A novidade foi o surgimento de um grupo intermediário formado por pequenos comerciantes, intelectuais, artesãos e artistas que viviam nas grandes cidades.
O segmento abaixo era formado por homens livres pobres (brancos, mestiços e negros libertos), que eram faiscadores, aventureiros e biscateiros, enquanto que a base social permanecia formada por escravos que em meados do século XVIII, representavam 70% da população mineira.
Para o cotidiano de trabalho dos escravos, a mineração foi um retrocesso, pois apesar de alguns terem conseguido a liberdade, a grande maioria passou a viver em condições bem piores do que no período anterior, escavando em verdadeiros buracos onde até a respiração era dificultada. Trabalhavam também na água ou atolados no barro no interior das minas. Essas condições desumanas resultam na organização de novos quilombos, como do rio das Mortes, em Minas Gerais, e o de Carlota, no Mato Grosso. Com o crescimento do número de pequenos e médios proprietários a mineração gerou uma menor concentração de renda, ocorrendo inicialmente um processo inflacionário, seguido pelo desenvolvimento de uma sólida agricultura de subsistência, que juntamente com a pecuária, consolidaram-se como atividades subsidiárias e periféricas.
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